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Valor da Produção Agropecuária de 2022 é estimado em R$ 1,176 trilhão

Valor da Produção Agropecuária de 2022 é estimado em R$ 1,176 trilhão

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) em 2022 deve chegar a R$ 1,176 trilhão, conforme estimativas de outubro. De acordo com os últimos dados, a projeção para o faturamento das lavouras é de R$ 812,8 bilhões (alta de 0,4%) e da pecuária, R$ 363,9 bilhões (queda de 4%).

O valor estimado para o ano é um pouco inferior ao de 2021 (R$ 1,188 trilhão), porém o segundo maior em uma série histórica de 30 anos. Os fatores que impactaram a estimativa atual foram a retração na produção de soja no Sul do país por causa de problemas climáticos e a redução dos preços internos da pecuária. Na pecuária, a retração foi registrada nos setores de carnes bovina, suína e de frango
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Estados

Entre os estados, Mato Grosso lidera com o maior VBP, seguido por Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Em razão das perdas com a plantação de soja no Sul, o Sudeste passou para a segunda posição do ranking regional, antes ocupada pela Região Sul.

Com a previsão de chuvas para 2023, o VBP para o próximo ano é estimado em R$ 1,212 trilhão, 3% acima do projetado para este ano, conforme informações preliminares. Conforme previsão da Conab, as lavouras de soja devem se expandir sobre áreas de pastagens degradadas, apresentando boa recuperação da produção do grão no ano que vem.

Entenda o que é o VBP

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária ao longo do ano e corresponde ao faturamento bruto dentro do estabelecimento. Calculado com base na produção da safra agrícola e da pecuária, e nos preços recebidos pelos produtores nas principais praças do país, dos 26 maiores produtos agropecuários do Brasil.

O valor real da produção, descontada a inflação, é obtido pelo Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) da Fundação Getúlio Vargas. A periodicidade é mensal.

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Fazendas indoor. Isso é possível?!

Fazendas indoor. Isso é possível?!

Tem uma pergunta que as crianças pequenas – na sua ingenuidade – às vezes fazem aos pais: para onde vai o Sol à noite? No caso das modernas fazendas artificiais, a resposta é um sonoro nunca. Estas são as chamadas fazendas artificiais, fazendas fechadas ou fazendas indoor (dentro de casa, na tradução literal). Neste tipo de cultivo, que pode ser feito em áreas urbanas ou mesmo rurais, e até verticalizadas em edificações com vários andares, são utilizadas lâmpadas que emitem radiação ultravioleta o tempo todo, e às vezes até mesmo com diferentes tipos de iluminação conforme a fase de crescimento da planta, tudo isso para maximizar o resultado e aumentar a produção.

Uma destas empresas, a australiana Luminescent Light Emiting Agricultural Film (Llafle) criou tecnologia para fazendas indoor que dão aos agricultores um ambiente controlado no detalhe com lâmpadas e filtros capazes de aumentar a fotossíntese ou simular mudanças sazonais para a floração da planta. Já o controle de luz na lavoura artificial precisa ser exato, para não perder todo o cultivo, com luz de menos ou a mais. Com o aumento do número de fazendas indoor, o mercado de iluminação agrícola tem crescido, principalmente nos Estados Unidos, com faturamento de mais de US$ 454 milhões, de acordo com a consultoria americana Grand View Research.

Os players da indústria preferem chamar seu setor de “agricultura de ambiente controlado” ou CEA (controlled environment agriculture). Isso contrasta com a agricultura convencional, que tem a vantagem de energia solar e chuva gratuitas, mas que também deve lidar com todas as variáveis ​​associadas ao clima e às limitações determinadas pela geografia, além de, claro, ter uma cultura menos suscetível a pragas por conta do ambiente controlado..

Nos últimos anos, a CEA vem se expandindo em todo o mundo e tendendo a um maior grau de controle das condições de crescimento, incluindo luz, temperatura, umidade, água e concentração de dióxido de carbono. A fertilização nesses sistemas é cada vez mais micro gerenciada em um ambiente livre de solo, como “hidroponia” ou “aeroponia”. Muitas tarefas e controles de processo são automatizados.

As estufas são comumente usadas para produzir folhas verdes, tomates, pimentões e pepinos. Os sistemas agrícolas verticais de mais alta tecnologia estão atualmente focados em verduras e ervas. Mesmo assim, diz-se que o mercado de saladas e verduras embaladas está na faixa de US$ 8,7 bilhões e deve crescer entre US$ 13 bilhões e US$ 25 bilhões nos próximos 5 anos e a CEA provavelmente representará uma participação crescente.

Futuro promissor

A australiana Lleaf começou em 2016, quando os químicos Alexander Soeriyadi e Alexander Falber resolveram “melhorar” a luz do sol e a iluminação artificial das lavouras de cultivo interno e, desde então, vêm desenvolvendo plásticos luminescentes coloridos, na busca por culturas mais sustentáveis, eficientes e saudáveis.

Estudos realizados na Austrália, Estados Unidos, Marrocos, Indonésia e Cingapura indicam que os produtos da Lleaf podem aumentar a produtividade das culturas em até 40%

De olho num futuro promissor para a startup, no início de setembro, a agtech levantou US$ 3,5 milhões, em uma rodada de investimentos liderada pelas empresas dinamarquesas de capital de risco Alfa Ventures e 2 Degrees, com participação da Universidade de Nova Gales do Sul, em Sydney, e da incubadora Cicada Innovations, também da Austrália.

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Agropecuária busca tecnologia para sequestrar gases do efeito estufa

Agropecuária busca tecnologia para sequestrar gases do efeito estufa

A descarbonização está prestes a entrar na lista dos negócios que podem ser exportados pelo agronegócio brasileiro: com a adoção de processos mais sustentáveis de produção, a agropecuária pode mudar a forma como é vista no que tange a emissão de gases do efeito estufa, passando de emissor a um combatente das emissões e que sequestra carbono em vez de emitir.

Mas de onde vem esta imagem de emissor de gases? Primeiro do desmatamento de matas para a criação de pastagens, uma vez que a floresta em pé sequestra do ar muito mais carbono do que o capim, e também pela emissão de metano pelo gado – principalmente o gado bovino. Trocando em miúdos, o pum de um rebanho crescente de bois contribui para a crise climática.

Por que se preocupar com isso?

Você deve estar se perguntando: por que se preocupar com isso. A primeira resposta é: investimento. Farto investimento. Os números variam conforme a fonte e o método utilizado, mas as previsões são de que, até 2030, dezenas de bilhões de dólares cheguem ao campo com a negociação de créditos de carbono, atraídos pelo impacto positivo de uma série de tecnologias que estão transformando a atividade rural.

A consultoria de sustentabilidade e projetos de descarbonização WayCarbon, por exemplo, estima em até US$ 100 bilhões o potencial de receitas com créditos de carbono nos setores de agronegócio, florestas e energia até o fim da década. Segundo estudo feito sob encomenda da International Chamber of Commerce Brasil (ICC Brasil), isso equivaleria a projetos que reduziriam emissões em 1 bilhão de toneladas de carbono equivalente.

Apenas em projetos diretamente relacionados à agropecuária brasileira há uma estimativa de US$ 9 bilhões em negócios, com a redução de 90 milhões de toneladas de carbono até 2030

Soluções

Várias são as soluções que podem ser adotadas para a descarbonização e elas estão contempladas no Plano ABC+ (Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária). que tem a ambiciosa meta de retirar da atmosfera, até o fim da década, 1,1 bilhão de toneladas de carbono equivalente apenas com a implementação pelo agro das tecnologias listadas: recuperação de pastagens, plantio direto, fixação biológica de nitrogênio (FBN), florestas plantadas, manejo de dejetos animais e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), uso de bioinsumos e resiliência e a adaptação de sistemas produtivos aos eventos extremos do clima.

Segundo o Mapa de Carbono dos Solos, elaborado pela instituição de pesquisa, o Brasil armazena hoje em seus solos cerca de 5% do carbono orgânico do mundo. Não por acaso, o grande pano de fundo do programa ABC+ e de outras iniciativas privadas nesse setor é a recuperação de pastagens degradadas, seja com sua conversão para agricultura ou para florestas plantadas

Para cumprir suas metas de descarbonização, segundo estudo do Instituto Escolhas, o país precisaria restaurar cerca de 30 milhões de hectares em áreas degradadas. Isso corresponde a cerca de 18% dos 165 milhões de hectares destinados à pecuária no Brasil. Deste total, cerca de 100 milhões de hectares já estão parcial ou totalmente degradados e podem ser recuperados. Em contrapartida, já há mais de 17 milhões de hectares convertidos para o sistema ILPF, uma inovação brasileira que combina produção agrícola, pecuária e florestas plantadas em uma mesma área, gerando benefícios em escala.

O sistema ILPF pode sequestrar até 23 toneladas de CO2e por hectare/ano. É quase 20 vezes mais que o consórcio realizado apenas entre pecuária e agricultura, que já melhora o balanço de emissões em relação à pecuária tradicional e sequestra cerca de 1,3 toneladas de CO2e.

Além disso, mais carbono orgânico indica mais fertilidade e disponibilidade de água no solo. Outro benefício do sistema ILPF para a pecuária é permitir pastos de qualidade durante todo o ano, inclusive no período seco, em que faltam boas pastagens. A recuperação do solo abre, assim, uma nova fronteira para a produção agrícola, com ganhos ambientais. Reduz-se, assim, a pressão pelo desmatamento e ganha-se em resiliência aos eventos climáticos cada vez mais imprevisíveis.

Outro estudo da Embrapa, demonstrou que, em um mesmo evento de estresse hídrico, áreas que utilizam técnicas de agricultura de baixo carbono tiveram perdas de 15% da safra, enquanto as propriedades da mesma região que não as adotaram perderam 25% da produção.

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