Por um futuro em que não seja mais necessário celebrar o Dia da Mulher
Não, queridas leitoras, hoje não é dia e nem é este o meu lugar de fala. Perdoem o pitaco mas, por que mesmo celebramos o dia da mulher? Porque é uma data que relembra conquistas e lutas importantes. E é justamente pelas lutas e desafios que precisam ser vencidas, que a data é necessária, ainda mais num período em que, apesar dos avanços, muito há a ser feito em relação a melhores condições de trabalho para as mulheres, além de proteção contra a violência e abusos que são cometidos contra elas.
É por isso que torcemos por um dia futuro, em que o equilíbrio seja alcançado e as lutas já não sejam mais necessárias porque vencidas, e que as mulheres encontrem no trabalho, na vida e na sociedade condições igualitárias e justas para suas vidas.
Contudo, ainda estamos longe disso e cabe a todos nós nos empenhar para a construção deste futuro.
Você sabe qual é a origem do dia das mulheres?
O Dia Internacional da Mulher foi oficializado pela ONU – Organização das Nações Unidas nos anos 1970 para simbolizar a luta histórica das mulheres por condições equiparadas às dos homens no trabalho, mas também outros direitos, além dos alertas pelo acesso à saúde e contra a violência e abusos.
Uma história que remonta à origem da data dá conta que, em 8 de março de 1857, 129 operárias morreram carbonizadas em um incêndio numa fábrica têxtil de Nova York, supostamente intencional e causado pelo proprietário da fábrica, como repressão às greves das operárias. Por isso, teria trancado suas funcionárias na fábrica e ateado fogo nelas. A história, contudo, não é verídica.
Mas houve de fato um incêndio documentado em Nova York, em 25 de março de 1911, ocorrido na Triangle Shirtwaist Company com 146 vítimas, 125 mulheres e 21 homens. Alguns proprietários da época, incluindo o da Triangle, trancavam os funcionários na fábrica durante o expediente para conter motins e greves. No momento do incêndio, as portas da Triangle estavam trancadas. Essa história é considerada um dos marcos para o estabelecimento do Dia das Mulheres.
Mulheres estas que tiveram de lutar – e muito – por direitos hoje considerados básicos ou normais como o direito à independência financeira, ao voto e à propriedade. Direitos estes aliás que não são universais: em muitos países mulheres são relegadas a um segundo plano em aspectos como o direito ao voto, à propriedade ou à independência financeira.
Isso sem contar os enormes desafios que as mulheres ainda enfrentam em lutas sociais, políticas e econômicas em todo o mundo. São as mulheres as maiores vítimas de exaustão, as que mais frequentemente sofrem com a dupla jornada ao cuidar do trabalho e família. São elas que sofrem nestes últimos anos em que a pandemia trouxe enormes desarranjos às relações humanas e de trabalho, com o sufoco que leva a termos como a ‘exaustão feminina’ e ‘violência doméstica’ atingiram picos preocupantes em buscas no Google.
Mas nem tudo é dor. Há conquista, há progresso, há empoderamento. Há espaço e caminho para mulheres que se destacam em suas carreiras, em suas vidas pessoais, que tomam posse de si mesmas, que combinam força e doçura e que juntam o “meu corpo, minhas regras” à doçura e coragem do sexo que não tem nada de frágil e que, sabemos, nunca foge à luta.
Fontes:
https://brasilescola.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-da-mulher.htm – Datas Comemorativas – 8 de março – Dia Internacional da Mulher
https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_das_Mulheres – Dia Internacional das Mulheres