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Uma nova – e mais rigorosa – norma visa a fabricação, no Brasil, de veículos mais eficientes e econômicos e que, de quebra, poluem menos e são mais amigáveis ao meio ambiente. Só que essa mesma norma pode impulsionar a venda de caminhões… com tecnologia mais antiga?! Pode isso, Arnaldo? Pode…

Parece contraditório, mas se examinarmos de forma detalhada, veremos que não é bem assim. Estamos falando do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores), que deve entrar na sua fase P8, instituída pela Resolução n.º 490, de 16 de novembro de 2018 e que entra em vigor já no próximo ano, em 1° de janeiro de 2023.

As montadoras já se prepararam para atender à nova legislação, o que inclui novas tecnologias em motores, sistemas mais rigorosos para a contenção de poluentes, entre outros.

Movimento contraditório?

Então seria de se esperar que as transportadoras estivessem adiando suas compras para adquirir modelos dos novos caminhões já com essas tecnologias, certo? Na verdade o que vai acontecer é justamente o contrário, com o mercado se preparando para atender a uma demanda mais aquecida dos modelos anteriores, levando a uma renovação antecipada das frotas de veículos e implementos

Isso acontece porque as grandes transportadoras preferem evitar a compra de veículos no período imediatamente depois da mudança na norma, fugindo de problemas técnicos relacionados a ajustes e manutenção nestes veículos novos, quando estes são submetidos às condições reais de nossas estradas e combustível, afinal, caminhão parado é dinheiro parado.

É isso que leva à antecipação de compras, causando um movimento maior que o normal no mercado: segundo projeções divulgadas pela Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Rodoviários, a Anfir, as vendas de implementos rodoviários podem crescer até 10% neste ano, focadas nos preços dos modelos com motores Euro 5, equivalentes ao Proconve P7.

Além disto, ondas anteriores de mudança de norma mostraram que a diferença no valor de venda de um caminhão 0 km com motorização menos poluente pode ser até 23% superior a um caminhão que adote o padrão Euro 5. Isso aconteceu também em 2012, quando o Brasil evoluiu de motores Euro 3 para Euro 5, o que levou a um aumento no preço dos caminhões em até 40%. Naquele ano as transportadoras também anteciparam suas compras.

Referência

O Proconve brasileiro é baseado nas normas Euro, utilizadas pela Comunidade Europeia. No caso, o P8 tem como referência a Euro 6, norma sucessora da Euro 5. A Euro 5, aliás, é a base para a regulamentação brasileira do Proconve P7.

Porém, o Proconve P8 levará a adaptações, uma vez que a Euro 6 exige que veículos com motores diesel combinem dois sistemas de redução de poluentes: Redução Catalítica Seletiva (SCR) e a Recirculação de Gases da Exaustão (EGR).

As principais mudanças são referentes aos níveis de emissão de gases, pois com o avançar das fases do programa, restringe-se ainda mais os níveis de emissão pelo escapamento do veículo. O Proconve P8 prevê a redução dos limites nas emissões de gases de escapamento – da ordem de 80% para NOX (óxidos de nitrogênio NO e NO2) e de 50% de Material Particulado (MP) – em relação à norma anterior vigente,

No Brasil, foi feito um ajuste pois a normal europeia encontraria dificuldades de ser implementada, principalmente no que diz respeito às tecnologias que precisaram ser implementadas nos caminhões fabricados em nosso País.

Demora e escassez

É claro que mesmo que haja esse interesse das transportadoras em adquirir novos veículos e implementos, o mercado pode sofrer com os atrasos nas entregas porque a escassez de componentes no mercado internacional ainda está atrapalhando as cadeias de suprimento da indústria e, por consequência, a produção de veículos e implementos.

Então pode ser que isso atrapalhe esta potencial renovação de frota, adiando a entrada em nosso mercado de produtos mais avançados tecnologicamente e mais eficientes, dificultando que o setor do transporte avance em ganhos ambientais.

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