O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, confirmou a integração do Messenger com o Instagram e o WhatsApp, comprados pela empresa dele em 2012 e 2014, respectivamente. A notícia já havia sido adiantada pelo jornal americano The New York Times na última sexta-feira (25). O responsável pelas redes sociais afirmou que o projeto será a longo prazo e, por isso, só deve ser lançado a partir de 2020. O executivo ainda se disse “animado” para esse investimento e o principal motivo apontado por ele é a possibilidade de ampliar a criptografia de ponta a ponta do serviço de mensagens instantâneas para outros produtos.
Ainda de acordo com Zuckerberg, o objetivo do projeto seria atender aos desejos dos usuários que pedem uma maior associação entre os três programas – disponíveis para celulares Android e iPhone (iOS). A proposta mantém as atividades dos serviços independentes – a diferença está na integração completa entre as plataformas, o que possibilitaria o intercâmbio de conteúdo entre elas. Dessa forma, por exemplo, seria possível enviar uma mensagem do WhatsApp para um usuário do Facebook, mesmo que essa pessoa não tenha uma conta ativa no mensageiro.
O método de criptografia de ponta a ponta – indicado como o centro da questão – é a garantia de privacidade dos usuários no WhatsApp. Esse sistema, adotado pela plataforma em abril de 2016, protege o conteúdo das conversas e impede que ele seja violado. Até mesmo os desenvolvedores do aplicativo ficam impedidos de acessar as informações compartilhadas entre usuários. Isso já rendeu disputadas judiciais, inclusive no Brasil, onde a empresa se recusou a ceder dados importantes para uma investigação criminal liderada pela Polícia Federal.
Vale lembrar que o Facebook já teve graves problemas com a segurança das informações pessoais dos usuários. Um caso de destaque é o que envolve a empresa de marketing político Cambridge Analytica na campanha de Donald Trump durante a corrida presidencial dos Estados Unidos, em 2016. Na ocasião, a consultoria teve acesso aos dados confidenciais de cerca de 50 milhões de pessoas que tinham perfis na rede social. A estratégia aplicada na coleta foi o uso de testes de personalidade, pelos quais foi possível delinear perfis psicológicos detalhados, usados para a exibição de propagandas políticas mais assertivas. O escândalo veio a público em março de 2018, após revelações feitas pelos periódicos americano e britânico, The New York Times e The Guardian.
Via Seeking Alpha e The New York Times