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Diante de uma safra gigantesca – a maior da história – quem iria parar para prestar atenção no cuidado necessário no transporte do grão em caminhões graneleiros, não é mesmo? Sim, aquelas cenas de acostamentos de estradas coalhadas de grãos incomodam porque representam algum desperdício. Fora isso, delírio de ambientalistas e chatos que não tem  que fazer, certo? ERRADO! MUITO ERRADO!!! 

Se você não entendeu a importância do correto transporte de soja no Brasil na época da safra, relaxe porque nós vamos te explicar tudo o que você precisa saber nesse artigo.

A importância da soja

Primeiro vamos falar do tamanho da safra atual, afinal a colheita da safra brasileira de grãos (que inclui soja, milho e outros), pela primeira vez na história, deve ultrapassar a casa dos 300 milhões de toneladas. Neste exato instante colheitadeiras em inúmeras plantações do país estão recolhendo o fruto da safra, trabalhando em três turnos. 

É um grande salto desde a colheita feita em 2001, quando o Brasil colheu 100 milhões de toneladas de grãos, volume que, 14 anos depois chegaria, em 2015, a 200 milhões de toneladas, e agora, apenas 8 anos depois, superaremos os 300 milhões. De 1990 até agora a área plantada com grãos dobrou de tamanho enquanto que a produção poderá aumentar 430%, fazendo com que as nossas exportações ultrapassem os 159 Bilhões de Dólares do ano passado. 

A soja é uma das principais culturas agrícolas do Brasil e é amplamente utilizada na alimentação animal e na indústria de alimentos. Por isso, o correto acondicionamento da soja para o transporte em caminhões graneleiros é fundamental para garantir a qualidade e a segurança do produto durante o transporte.

Cuidados no transporte

O acondicionamento correto inclui a utilização de proteções adequadas, que salvaguardam a soja de umidade, poeira, insetos e outros fatores externos que possam afetar a qualidade do produto. Além disso, é importante que a carga seja bem distribuída no interior do caminhão para evitar deslocamentos e amassamentos durante o trajeto.

O correto acondicionamento também é importante para garantir a segurança do transporte. A soja é um produto pesado e volumoso, e uma carga mal acondicionada pode causar desequilíbrios no caminhão, aumentando o risco de acidentes durante o transporte.

Uma regra importante a ser observada é a Resolução Nº 441, fixada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que se refere à escolha do veículo. Segundo o órgão, o transporte de grãos deve ser realizado em caminhões com as guardas laterais da carroceria fechadas ou dotadas de telas metálicas com malhas.

Essa medida evita desperdícios de alimentos durante o transporte. Além disso, a carga transportada não poderá exceder os limites da carroceria do veículo. Outro cuidado importante é que a carga deve estar coberta por uma lona ancorada à carroceria do veículo e em bom estado. 

O caminhão do tipo graneleiro é o mais utilizado na atividade. Em relação ao peso máximo permitido da carga, ele chega a 29 toneladas em veículos não articulados e 45 toneladas nos articulados.

Também é necessário estar com a documentação do veículo em dia e prestar atenção nos documentos fiscais exigidos para o transporte de alimentos, como o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais (MDFe). Ele é exigido pela Secretaria da Fazenda e Planejamento como forma de vistoriar o transporte de cargas no território brasileiro. Lembre-se que irregularidades podem gerar multas e a apreensão do caminhão.

Perdas ao longo do caminho

Agora, vamos falar das perdas e do risco que elas acarretam: segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é significativo o volume de perdas desses itens durante as viagens (até 0,17% do total). Cabe ao transportador evitar as ocorrências desse tipo. A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), por exemplo, realiza um amplo trabalho de fiscalização do transporte dos grãos.

A ação da agência é para verificar se as cargas estão acondicionadas adequadamente, evitando que haja perda de grãos ao longo do itinerário, conforme estabelece a Instrução Normativa (IN) nº 02/2022.

A previsão, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é que o estado de Goiás colha mais de 17 milhões de toneladas do grão, produto que é transportado quase que totalmente pelo modal rodoviário até chegar aos armazéns, indústrias, terminais ferroviários, hidroviários e marítimos.

Um dos principais objetivos é impedir o semeio involuntário de grãos que nascem às margens das rodovias e estradas vicinais. Essas plantas acabam se tornando hospedeiras do fungo Phakopsora pachyrhizi, agente que causa a ferrugem asiática da soja e que pode trazer um imenso prejuízo à cultura nacional de soja.

E por que isso acontece? Porque quando estas sementes eventualmente germinam, crescem sem qualquer controle e sem a proteção de defensivos agrícolas, se tornando uma presa fácil para fungos hostis e parasitas que, assim, podem mais facilmente se disseminar para as áreas plantadas.

Os fiscais da Agrodefesa estarão atentos ao transporte em rodovias de todo o estado, inclusive em trechos de estradas vicinais, observando se a carga está acondicionada corretamente e, principalmente, se não há perda de grãos.

As penalidades para os transportadores vão desde advertência e orientação até a aplicação de multa que pode chegar a R$ 2,5 mil.

Segurança e incômodo

E prevenção à disseminação de ferrugem asiática não é tudo. Ainda há a questão do incômodo às populações que moram à margem das rodovias, que se incomodam com o mau-cheiro das sementes que apodrecem na beira da estrada; e o risco ao trânsito, uma vez que o volume de sementes é tão elevado que, principalmente quando molhado, torna o asfalto escorregadio e oferece riscos de acidentes.

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