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Você já leu, aqui no Blog da Guep, sobre as mudanças no teor de biodiesel no combustível que é comercializado no Brasil. Também sabe que o biodiesel, que tem uma proposta até positiva, de usar fontes renováveis como óleos de gordura animal ou óleos vegetais, como o de soja, algodão, mamona ou girassol, também contribuiria para a redução de emissões de poluentes e até de gases do efeito estufa.

Mas o biodiesel também em uma série de controvérsias, a ponto de uma série de entidades do setor do transporte terem feito um posicionamento público sobre este assunto: em nota, as instituições CNT, IBP, ANFAVEA, Fenabrave, Fecombustíveis, Sindipeças, BRASILCOM, ABICOM e SindTRR alertaram que a evolução obrigatória do percentual de biodiesel no diesel implicará em maiores custos para o transporte de cargas e de passageiros.

As entidades são contrárias à evolução compulsória (obrigatória) do teor de biodiesel no óleo diesel comercializado no Brasil – atualmente a mistura está em 13%. Subscrevem o documento nove entidades que representam mais de 200 mil transportadoras, empresas produtoras, distribuidoras, importadoras e revendedoras, além de indústrias relacionadas ao consumo de diesel.

Aumento de custos

De acordo com a nota, a evolução prevista do percentual de mistura implicará maiores custos para o transporte de cargas e de passageiros, o que aumentaria os preços de produtos para toda a sociedade. Ainda segundo o posicionamento, essa elevação também poderá provocar danos a máquinas e motores, diminuição da sua vida útil e baixa performance de equipamentos.

O documento informa ainda que, a partir de 2022, entrarão em vigor, no Brasil, novos limites de emissão de poluentes com a adoção de tecnologias veiculares mais modernas (Fase P8 do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores – Proconve), com as quais os altos percentuais elevados de biodiesel ainda não foram testados.

“Estudos recentes apontam que teores elevados de biodiesel promovem aumento das emissões de óxidos de nitrogênio, hidrocarbonetos e monóxido de carbono, com impactos negativos que afetam a saúde humana e o meio ambiente, além de elevar o consumo de combustível, gerando ainda mais emissões e custos adicionais que são transferidos a toda a população”, explica a nota.

Clique aqui para ver a íntegra do comunicado das entidades.

Fontes de biodiesel

Além dos óleos de origem vegetal, outras matérias-primas têm ganhado mais espaço no uso das usinas de processamento do biodiesel. A gordura animal, subproduto dos frigoríficos no abate de bovinos, aves e suínos, é ainda a segunda maior fonte, com 16,2% de participação em 2018, segundo a ANP. Naquele ano, foram 860,2 milhões de litros de óleo bruto – o que representou uma alta de 19,3% sobre 2017, além de ser o maior volume entregue nos últimos 10 anos.

E há ainda uma outra fonte, que forma um grupo generalista, chamado de “outros”. Essa categoria reúne as fontes de óleo de palma, amendoim, nabo-forrageiro, girassol, mamona, sésamo, canola, milho e óleo de fritura reciclado. Esse grupo saiu de uma participação de 3,5%, em 2016, para 11,3% em 2017.

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