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O estudo ‘Panorama do TRC 2020 e Perspectivas para 2021’ revela que o processo de recuperação precisa continuar na rotina das empresas do TRC.

2020 chegou derrubando todo e qualquer tipo de projeção, nem mesmo os otimistas escaparam dos problemas associados à pandemia.

Por conta disso queremos lhes apresentar os resultados da “Pesquisa Panorama do TRC 2020 e Perspectivas para 2021”, solicitada pelo SETCESP ao IPTC (Instituto Paulista do Transporte de Carga).

A pesquisa confirmou os dados principais econômicos e os balanços de resultados das empresas de transportes, levando em consideração as respostas de 27 perguntas objetivas sobre a economia do país, juntamente com os maiores obstáculos enfrentados e as reivindicações dos transportadores. As questões foram respondidas entre 10 dezembro de 2020 e 15 janeiro de 2021.

Percepção de mercado

A desenvoltura do TRC em 2020 não foi das melhores, o que para 2021 gera um sentimento de instabilidade e dúvida.

Entretanto, para a maior parte dos entrevistados, 51% esperam que este ano esteja dentro das expectativas. Uma outra parte, de 47% dos entrevistados, acredita que será bem mais promissor do que esperam. Porém, 6% não olham com olhos de confiança para o mundo dos negócios, levando-os a acreditar que pode ser até mesmo pior do que o aguardado. Em resumo, um cenário equilibrado sem muito otimismo.

“Tivemos redução na movimentação de carga, mesmo o TRC sendo considerado uma atividade essencial ao longo da pandemia, o que afetou diretamente o faturamento e consequentemente o lucro dos empresários”, explicou Raquel Serini, economista do IPTC.

Esses números são dados que ela já esperava, levando em consideração de que a economia ainda está ferida pelos acontecimentos recentes, até tudo se normalizar, é claro. “Por isso, o sentimento de otimismo ainda não é latente na cabeça do empresário, e sim de muita cautela, apesar da vontade de mudança e de investir em novas possibilidades”, diz Serini.

Onde aperta o calo

O estudo também quis desenhar um panorama dos custos operacionais das transportadoras, e confirmou que para 63% das empresas pesquisadas os custos cresceram, já para 24% se mantiveram estáveis e reduziram para os outros 14% da amostra.

Inclusive, a pesquisa concluiu que os causadores limitantes do crescimento do TRC são especificamente o preço dos insumos e a carga tributária que incide sobre eles.

Do resumo de custos estudados, os que apresentaram maior participação no faturamento das empresas foram: a contratação de agregados ou autônomos, seguido da carga tributária, a folha de pagamento e, por último, a variação de preços dos insumos. Dentre os insumos, o que grita por atenção foi a alta de 11,73% no preço dos veículos.

Fernando Zingler, diretor executivo do IPTC, indica que o desafio, certamente aceito por todos, para 2021 sem dúvida será equilibrar os centros de custos e a falta de insumos, que vem afetando diversos setores e dificultando o transporte de cargas.

“O transportador precisa ver mudanças em questões que há tempos estão paralisadas, como a reforma tributária, a retomada do crescimento econômico e qualificação de mão-de-obra específica para o setor, principalmente motoristas de caminhão”, conta Zingler.

Correndo atrás da tecnologia

Durante a recente crise que vivemos, a maioria das empresas reformaram suas operações para se adaptar ao cenário. Todos os setores que são capazes, se converteram, ainda que de forma breve e improvisada para o home office, sendo exigido de prontidão uma habilidade de trabalho a distância nunca requisitada antes.

Em termos de investimento, a grande parte das empresas estudadas planejam investir em tecnologia neste ano, sendo que em média, estas planejam destinar para isso até 4% do seu faturamento.

Em contraponto, o estudo expôs o fato de que os empresários do TRC não estão cogitando investir em novos terminais. Já existia uma predisposição do comércio trabalhar com estoques mais enxutos e consequentemente, necessitar de menos terminais de apoio, por conta disso, as empresas de transporte perceberam que as estruturas físicas dos galpões e armazéns não são mais tão essenciais, pelo menos não em uma escala com tamanho considerável. Por outro lado, as empresas também desejam investir na distribuição urbana, em pontos de cross-docking e fracionamento de cargas em locais estratégicos.

O setor de distribuição urbana foi o que teve menor capacidade ociosa de todos os setores pesquisados, e também é um dos setores mais propensos a contratar e investir em 2021”, avaliou Zingler.

Ociosidade + mercado = improdutividade

Em média 86% das empresas pesquisadas operaram com lucro no ano de 2020, sendo que deste total 78,4% tiveram aumento no faturamento se comparado ao ano anterior, e o lucro médio das empresas foi de 6,5%.

É legal lembrar que a diminuição do volume transportado no ano passado foi de -0,32% comparado a 2019. No geral, mais da metade das empresas participantes da pesquisa operaram com capacidade ociosa em 2020.

A média de ociosidade foi de 19, 25%, um cenário que expõem uma lamentável realidade, que afeta diretamente a produtividade e consequentemente os resultados operacionais das empresas.

Como não se surpreender tanto com 2021?

O setor de transporte rodoviário anda junto com as tendências econômicas da indústria e do comércio, e se beneficia da economia destes para crescer.

O relatório do estudo constata que o aumento dos custos e as políticas públicas desfavoráveis, atualmente, são os fatores que limitam o crescimento das empresas do TRC, que mostram uma margem de lucro tímida pela situação atual.

Os custos estão integralmente relacionados a fatores externos e as políticas públicas envolvidas no processo. As reformas estruturais que o Brasil vem adiando poderiam diminuí-los. Porém, a política nacional em especial, permanece sem definições claras.

Assim, o estudo conclui que é preciso um planejamento das empresas de curto e longo prazo, para viabilizar o retorno à recuperação daquilo que foi perdido na recessão de 2014-2016 e do que está sendo minado com a pandemia da Covid-19.

Fonte: SETCESP

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